Minicurso 1: Plataforma Brasil e o Conselho de ética: percursos de um projeto de pesquisa interdisciplinar
Ministrantes: Mestres Ana Alice Sampaio (UNDB), Ramisson Correa (Rede Municipal de Alcântara) e Priscila Monteiro Lima (UniNassau)
Data: 8 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: O objetivo deste minicurso é apresentar as etapas de submissão de projetos de pesquisa que envolvem seres humanos à Plataforma Brasil, do Conselho Nacional de Saúde, que diz respeito ao Comitê de Ética e Pesquisa. Os objetivos específicos são orientar os estudantes na adaptação de seus respectivos projetos às exigências da referida plataforma e esclarecer os principais pontos éticos que envolvem a necessidade dessas submissões e consequentemente do parecer favorável para a publicação dos dados obtidos, em especial das pesquisas de campo. O minicurso justifica-se na medida em que a Plataforma Brasil não foi elaborada ou direcionada para pesquisadores das ciências sociais e humanas, o que resulta em dificuldades dos pesquisadores, inclusive, no preenchimento da Plataforma com os dados pertinentes. A metodologia será baseada na interpretação e utilização das resoluções do Conselho Nacional de Saúde que regulamentam os processos de aprovação no âmbito dos Comitês de Ética e Pesquisa – CEP do país . Por derradeiro, pretende-se que os pesquisadores possam submeter seus projetos de pesquisa à Plataforma Brasil com maior segurança, eficácia, celeridade e de acordo com as diretrizes éticas preestabelecidas, a fim de que, possam obter pareceres favoráveis em seus projetos.
Minicurso 2: Patrimônio Cultural e as formas precárias de morar no Centro Histórico de São Luís
Ministrante: Dr. Cesar Chaves(UFMA)
Data: 8 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: O presente minicurso parte de resultados oriundos de pesquisa de Doutorado realizada no período de 2018 a 2023, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas (PPGPP/UFMA), na qual se analisou a permanência das formas precárias de moradia no Centro Histórico de São Luís (CHSL). O minicurso visa discutir com a comunidade acadêmica, e público geral interessado, a problemática social pesquisada, caracterizada por: crimes de abandono e uso especulativo dos imóveis que compõem o conjunto urbano tombado; pela falta de política habitacional para as classes populares; e por conta disso, o estabelecimento de habitações precárias nos prédios abandonados. Discute-se, com base em perspectiva metodológica interdisciplinar, apoiada em: ferramentas teóricas de autores de vertente neomarxista e não marxistas; denso levantamento documental; e pesquisas de campo, os desafios enfrentados para a superação das formas precárias de moradia no Centro Histórico de São Luís.
Minicurso 3: Cinema e Cotidiano
Ministrante: Doutoranda Bruna Maria Paixão Castelo Branco. (UEMA/PGCULT)
Data: 8 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: O presente minicurso tem como base a pesquisa de Doutorado que está em andamento no Programa de Pós – Graduação em História (PPGHIST/ UEMA) e tem como objetivo mostrar como o cinema pode ser uma ferramenta importante para ilustrar, representar e denunciar situações presentes no contexto social: violência de gênero, vulnerabilidade de crianças e adolescentes e degradações de patrimônio. Como as perspectivas de uma cidade invisível socialmente ganha relevância e debates por meio da adaptação para uma obra audiovisual. Discute-se, com exemplos de obras cinematográficas e, com base em perspectiva metodológica interdisciplinar, fundamentadas em uma abordagem focaultiana, com referências da teoria conhecida como Micro história e sobre o processo de criação de um filme.
Minicurso 4: Violência de gênero em Rita Segato
Ministrante: Me. Angela Bárbara Lima Saldanha Rêgo (IFMA/UFMA)
Data: 9 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: Este minicurso apresentará a obra da argentina Rita Segato, uma das principais referências na área de antropologia feminista e estudos de gênero na América Latina. Seu trabalho se destaca por sua crítica interdisciplinar, que incorpora teorias da antropologia, sociologia, filosofia, psicanálise e história na compreensão das violências que interseccionam os marcadores de gênero, raça e classe presentes na sociedade contemporânea. A partir da obra Crítica da colonialidade em oito ensaios, lançada no Brasil em 2021, o minicurso abordará as principais categorias analíticas desenvolvidas por Rita Segato em seus escritos, a saber: violência de gênero, patriarcado, colonialidade, mandato de masculinidade, racismo, justiça de gênero, antropologia por demanda, pedagogia da crueldade, entre outros. Portanto, objetiva-se apresentar e discutir com os participantes da atividade, as categorias trabalhadas por Rita Segato, a partir de casos concretos de violência de gênero e suas implicações sociais, políticas e culturais na sociedade brasileira. Metodologicamente, o minicurso utilizará uma abordagem teórico-prática, combinando leituras dos excertos da obra de Segato com análises de casos reais de violência de gênero reportados em plataformas de notícias on-line. Serão utilizadas aulas expositivas, debates em grupo, estudos de caso e exercícios práticos, com o intuito de estimular a reflexão crítica dos cursistas. Ao final do minicurso, os participantes deverão ser capazes de compreender e aplicar os conceitos da teórica em suas análises de violência de gênero, além de desenvolver uma postura crítica em relação às injustiças de gênero presentes na sociedade.
Minicurso 5: Sociologia da sexualidade e os estudos interseccionais
Ministrante: Dra. Rarielle Rodrigues Lima
Data: 9 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: O minicurso tem como objetivo discutir como os estudos em sociologia da sexualidade têm estabelecido suas construções a partir dos entendimentos interseccionais com os marcadores sociais de diferença. Desse modo, serão utilizadas ferramentas analíticas e discursivas pós-estruturalistas para as problematizações teóricas em sociologia da sexualidade
Minicurso 6: Fomento às artes no Brasil: desafios e perspectivas
Ministrante: Dr. Jefferson Dantas
Data: 9 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: O minicurso contextualizará o fomento às artes no Brasil, apresentando suas principais características, desafios e perspectivas para um futuro próximo. No primeiro dia, teremos um percurso pelas principais leis que organizam o fomento artístico e por autores que contribuem para a compreensão da cultura em sua dimensão institucional: Nestor Canclini, Georg Yúdice, Pierre-Michel Menger, dentre outros. No segundo dia, o curso focará em temas recentes da política cultural, a saber: a vigência de editais com ações afirmativas, o empreendedorismo, a pandemia do novo coronavírus, a censura e o conservadorismo no pós-impeachment, a virtualização do trabalho artístico, as leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. A análise levará em conta aspectos de conjuntura, dados estatísticos, documentos administrativos e estudos acadêmicos.
Minicurso 7: Jean-Jacques Rousseau: entre as reflexões pessoais e a filosofia
Ministrante: Dra. Cacilda Bonfim (IFMA/PGCULT)
Data: 9 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: Este minicurso se propõe a analisar a primeira caminhada de Rousseau, apresentada em sua obra póstuma, “Devaneios do Caminhante Solitário”, a partir da contextualização da narrativa e da ênfase na perspectiva pessoal do pensador em contraposição à sociedade da época. O objetivo é identificar algumas implicações filosóficas, literárias e políticas que surgem dessa forma de escrita, singular e inaugural, com base, principalmente, no aporte teórico de Hannah Arendt e suas observações acerca do surgimento da esfera social na era moderna. Será estabelecida, portanto, uma articulação entre certos apontamentos de Arendt e os dilemas internos retratados por Rousseau ao descrever o degredo que sofreu a partir das publicações de “Emílio” e “O Contrato Social”, ambas em 1762, em um registro emocional, dramático e comovente que põe em xeque a chama de seus ideais, em um ambiente inóspito e desfavorável. Espera-se que o minicurso contribua para uma apreensão mais acurada da filosofia rousseauniana, para a valorização filosófico-literária da obra em questão e para a reflexão sobre temas político-existenciais que continuamente pulsam e se renovam.
Minicurso 8: Comunicação Exuística: encruzamento de pensamentos, vivências e métodos
Ministrante: Me. Heveny Daniele Silva Araújo
Data: 9 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: A academia é constituída por corpos-movimento que se encruzam, por isso, pensar comunicação-pesquisa para além do eixo epistemológico imposto pelo colonizador é propor (re)construir, seguir os (novos?) fluxos desses movimentos. Quem escreve pesquisa? Pra quem escreve? Como escreve? E porque escreve? Essas e outras questões são pontos de partida deste minicurso. Entendendo que ainda (re)produzimos discursos/escritas eurocentradas e que podemos produzir outros caminhos de pesquisa, visibilizando os saberes de povos e culturas subalternizadas, esta proposta se objetiva em promover reflexões sobre os modos de fazer pesquisa científica a partir de uma perspectiva decolonial. “Precisamos voltar para o centro da encruzilhada” comenta o professor, doutor em linguística (FFLCH-USP) e babalorixá Sidnei Nogueira durante entrevista sobre regimes de colonialidade que fundamentam o pensamento científico. Alinhada a esse pensamento, considero que, sendo Exu para as religiões de matriz afro-brasileira, o Orixá mensageiro, o guardião dos caminhos-respostas das encruzilhadas, o ato de comunicar-se é movimento – um processo carregado de sentido e sentimentos chamado aqui de “Comunicação Exuística”. Desse modo, juntes/as/os iremos encruzar pensamentos, vivências e métodos, referenciar quem é “de dentro”, “da cor”, “do lugar”, pois esses não estão em silêncio, só invisíveis aos olhos de quem não quer ver.
Minicurso 9: ENTRE TEORIAS E VIVÊNCIAS: relatos de experiências a partir da prática interdisciplinar docente em Institutos de Ensino do Maranhão.
Ministrante: Me. Suellen Pereira e Me. Viviane de Jesus Farias Ribeiro Pinheiro
Data: 9 de novembro • Horário: 8h às 10h
Ementa: A pujança da territorialidade de cada disciplina impõe desafios à interdisciplinaridade. A ciência e a razão à revelia da forma que foram apresentadas, a partir do século XVII, não são resultados de um conhecimento único, disciplinar, antes, resultam de uma transdisciplinaridade, de um conjunto de saberes que se amalgamam. Não se descuida do fato de que é necessário que haja a percepção de que o saber científico deve passar por etapas de reflexão, compreensão, uma vez que, a ciência não se pratica pelo acúmulo de conhecimento, mas pela transformação daquilo que é postulado enquanto organização do conhecimento. Assim, o que se propõe hodiernamente, é que haja uma comunicação entre os saberes científicos sem que estes sejam reduzidos apenas às leis gerais de um enunciado, deve haver complexidade no pensamento (separação e associação) para que este atenda as urgências da realidade, além, da percepção de que o conhecimento físico é parte pertencente de uma dada cultura, de uma sociedade, que possui reminiscência antropossocial (MORIN, 2005). Diante do arcabouço argumentativo apresentado infere-se que existe uma constelação de saberes e de perspectivas epistemológicas que produzem, evocando aqui da expressão conceitual do professor Boaventura (SANTOS, 2007) uma ecologia de saberes dos quais algumas nuances foram apresentadas aqui tendo como ponto em comum a prática docente em Institutos de Educação do Maranhão. Frente a este panorama, o objetivo do presente minicurso é demonstrar, por meio de relatos de experiências profissionais o choque entre as pretensões interdisciplinares no contexto curricular em instituições de ensino e a insistente postura disciplinar do profissional que a conduz. Os passos metodológicos para essa atividade parte do alicerce bibliográfico e documental através de uma vertente interdisciplinar que desvelam na fundamentação para os estudos de casos, estatística e experiencias que serão apresentadas de forma didática ao logo da atividade. O método que norteará os trabalhos será o método hipotético-dedutivo que tem como ponto em comum com o método dedutivo, o procedimento de desenvolver a partir de preceitos gerais para preceitos particulares ao desenvolver a confecção do texto científico (MEZZAROBA; MONTEIRO, 2009).
Minicurso 10: Seguindo o rastro do percurso metodológico: desvendando os elementos da metodologia como um detetive
Ministrante: Me. Jean Carlos da Silva Monteiro
Data: 10 de novembro • Horário: 14h às 16h
Ementa: A metodologia do artigo científico tornou-se a cena de um crime. No papel de detetives, os participantes deste minicurso vão desvendar os elementos essenciais para a construção de um percurso metodológico claro, preciso e convincente. Após analisar esses elementos, os participantes serão capazes de desenvolver uma estrutura metodológica sólida em suas futuras investigações.
Minicurso 11: Direito e Literatura: Uma Análise da Condenação Sumária pela Mídia a partir da Obra “O Estrangeiro” de Albert Camus
Ministrante: Me. César Borralho (Rede Municipal de São Luís)
Data: 10 de novembro • Horário: 14h às 16h
Ementa: Este minicurso oferece uma análise da obra O Estrangeiro de Albert Camus, que é amplamente reconhecida como uma das obras literárias mais impactantes do século XX. Neste contexto, exploraremos sua significativa relevância para os debates contemporâneos sobre a condenação sumária pela mídia. Através de uma análise cuidadosa da narrativa de Camus, os participantes terão a oportunidade de examinar de que maneira a mídia desempenha um papel central na moldagem e estigmatização da figura do “estrangeiro” na sociedade moderna. Ao longo deste minicurso, serão abordados diversos tópicos pertinentes à relação entre literatura, mídia e sociedade. Através de discussões e análises críticas, os participantes serão incentivados a explorar os paralelos entre a trama do livro e situações contemporâneas onde a mídia desempenha um papel fundamental na formação de opiniões públicas e na construção de narrativas que afetam indivíduos marginalizados. Além disso, este minicurso proporcionará uma plataforma para reflexões sobre como a obra de Camus continua a ser uma fonte de inspiração e questionamento em um mundo onde as questões de exclusão, identidade e tratamento injusto ainda persistem.
Minicurso 12: Outras memórias, outras histórias: museologias comunitária e a disputa narrativa
Ministrante: Me. Yuri Logrado
Data: 10 de novembro • Horário: 14h às 16h
Ementa: A memória é um campo de disputa. O que lembramos ou esquecemos constitui a própria narrativa que criamos socialmente. A performance individual e a atuação social reforçam ou combatem maneiras de viver. Monumentos são caídos para que novos possam ser erguidos. A museologia comunitária é um dos vetores que oferece novas lentes de acesso ao mundo. Acervos, histórias, personagens, como diz a sabedoria iorubá, Exu matou um pássaro ontem com uma pedra que só jogou hoje.